Agosto Laranja alerta para a prevenção da Esclerose Múltipla
- Luana Silva
- 18 de set. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 12 de out. de 2024
Sintomas são comuns em mulheres na faixa entre 20 e 45 anos
Alguns meses já são comumente conhecidos por estarem atrelados à cores que ajudam na divulgação e prevenção de doenças, como o outubro rosa e novembro azul. Este mês não é diferente. No agosto laranja profissionais de saúde chamam a atenção para a Esclerose Múltipla (EM), doença comum entre as mulheres em idade reprodutiva. Felipe Oliveira, professor assistente de Neurologia da UNIFACS dá mais detalhes sobre a doença e sintomas que podem ajudar a identificá-la. A Esclerose Múltipla é uma doença autoimune, ou seja, acontece quando as células de defesa reconhecem o próprio corpo como inimigo. Ela é mais comum em mulheres (a cada 15 mulheres, um homem desenvolve), e começa a se manifestar principalmente em idade fértil, na faixa dos 20 aos 45 anos. “É um processo que acarreta na destruição da bainha de mielina, que é fundamental para o funcionamento dos neurônios. Isso vai acontecendo de forma pontual, em pequenos surtos espaçados”, explica Felipe. Segundo ele, não existe um exame específico que consiga indicar a possibilidade ou prever a doença com antecedência. O diagnóstico é feito a partir de uma junção de fatores como estar dentro da “faixa de risco” e avaliação clínica a partir do histórico do paciente, aliados a exames de imagem e laboratoriais. No entanto, só é possível ter a confirmação quando a doença já houver surgido. “Consideramos uma doença esporádica e não hereditária. É comum que as pessoas desenvolvam sem que ninguém da família a tenha manifestado anteriormente”, completa. Sintomas Os sintomas são muito diversos, pois a doença afeta todo o sistema nervoso. Podem acontecer desde alterações visuais a motoras, piora ou perda repentina de visão, como dormência, formigamento, fraqueza ou perda de movimento nas pernas. “Todos esses sintomas podem ter uma causa que não a esclerose, por isso é importante perceber quando algum deles acontece e avança de forma muito rápida, em questão de horas ou dias e se for persistente. Nesse caso, o ideal é procurar um médico, especialmente o neurologista, para fazer uma avaliação. Quanto mais cedo a doença é identificada, mais chance há de realizar um tratamento eficaz”, elucida Felipe. Tratamento A Esclerose é uma doença crônica, ou seja, que não tem cura. Mas existem formas de reduzir ou até mesmo impedir a progressão dos sintomas. Para controlar a doença existem tratamentos através de medicação (oral, venosa, subcutânea, injetável, etc.), que deve ser aliada a tratamentos de reabilitação, como fisioterapia e fonoaudiologia. Em alguns casos pontuais, há também a possibilidade de transplante de medula óssea. “Essa opção é bem restrita, para os casos em que se tem uma evolução muito rápida, ou quando os tratamentos comuns não obtêm resposta”, explicita o professor. Ainda de acordo com Felipe, o melhor cenário é controlar e conseguir parar a progressão da doença com os medicamentos. “Existem pessoas que têm um ou dois surtos, tomam a medicação e conseguem não sentir mais nada”, conta. Já o pior dos cenários é a evolução gradativa até o óbito. “A doença por si só não mata, mas acarreta complicações como perda dos movimentos, que leva a pessoa a ficar acamada, depois dificuldade para engolir, que implica na necessidade de uma sonda, até o próprio risco de infecções”, elenca. Prevenção Segundo o neurologista não é possível estabelecer uma relação direta entre quais práticas auxiliam na prevenção da doença. “Eu diria que o melhor a fazer é, assim que surgirem sintomas sugestivos, procurar ajuda médica e manter, dentro do possível, uma rotina com alimentação adequada, atividade física, além de exposição ao sol para manter a taxa de Vitamina D equilibrada. Esses fatores são importantes para a saúde não só no caso da Esclerose, mas por vários motivos”, conclui.
Texto escrito para Unifacs, cliente da Comunicativa.
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